Resumo
e objetivo
Com base em uma pedagogia fundada
na comunicação e no pensamento reflexivo, este curso oferece uma proposta de fundamentação para a
prática educativa, baseado em atividades de interpretação de textos e demais
artefatos que constituem nosso meio cultural. Além de uma revisão dos
fundamentos teóricos, são apresentadas metodologias de caráter prático,
oficinas e dinâmicas, cujo objetivo é desenvolver nos estudantes o controle
intelectual e os hábitos relacionados ao pensamento crítico e ao uso
inteligente e bem sucedido dos conhecimentos adquiridos em sala de aula.
Apresentação
Um dos pilares epistemológicos da
construção (individual e social) do conhecimento nas ciências e na vida
cotidiana é o raciocínio conhecido como interpretação.
Ela pode ser definida como a atribuição de significado a estruturas simbólicas,
artefatos e condutas de alguém, com base em uma suposição de crenças, objetivos
e valores envolvidos num certo contexto ou situação. Assim é que são
interpretados objetos de arte, máquinas, ferramentas e demais utensílios,
atitudes e gestos, e particularmente textos escritos.
Toma-se aqui como base as ideias de
autores da filosofia, da educação, das ciências humanas e das modernas ciências
cognitivas. A partir delas este curso fornece elementos para práticas no
ensino, que fortaleçam o desenvolvimento de conhecimentos específicos e da
atitude investigativa a partir de exercícios de interpretação.
Fundamentos
A comunicação no espaço educacional é mostrada aqui como uma ação
coordenada dos sujeitos envolvidos, por meio de crenças e significados
compartilhados. É a comunicação que dá sentido ao meio social onde o sucesso da
educação é possível.
O pensamento reflexivo é
entendido como a capacidade de relacionar ideias e suas justificativas, de
forma a solucionar os problemas teóricos e práticos que o sujeito formula. A
Orientação Curricular do Estado de Santa Catarina afirma: “A unidade entre
pensamento e ação está na base da capacidade humana de produzir sua existência.
É na atividade orientada pela mediação entre pensamento e ação que se produzem
as mais diversas práticas que compõem a produção de nossa vida material e
imaterial: o trabalho, a ciência, a tecnologia e a cultura” (ESC, 2011, p. 11). É justamente esta compreensão da educação que
está em pauta quando se propõe desenvolver instrumentais focados no raciocínio
interpretativo, que não só compreende os textos, artefatos e situações, como
relaciona seu significado com a experiência dos sujeitos envolvidos.
Assim sendo, estes três conceitos:
interpretação, comunicação e pensar reflexivo, formam uma articulação
inseparável. Esta articulação é o instrumento pelo qual o ensino das
Humanidades pode ser estimulado a atingir cada vez mais plenamente os seus
objetivos, em conformidade com a proposta curricular.
Metodologia
Como se trata de um curso dirigido
a profissionais da educação, e ainda, especialistas em seus próprios domínios
específicos, sua diretriz metodológica envolve naturalmente tirar o maior
proveito dos conhecimentos e experiências do público envolvido, na direção dos
objetivos da atividade.
Assim sendo, o método envolve a
apresentação dos conceitos principais, e discussão a partir das fontes
teóricas. Mas, principalmente, um foco especial nas atividades práticas,
exercícios e dinâmicas, que permitam ao público relacionar a reflexão teórica,
com as adaptações e mudanças que a apropriação destas teorias permite realizar
no processo pedagógico conduzido por eles em sua atuação profissional.
Especialmente, os exercícios de
leitura e interpretação em grupo, de textos, obras de arte, mapas e demais
documentos e artefatos, selecionados pelos próprios participantes do curso. E a
partir deles, a reflexão sobre como estes exercícios podem ser inseridos no
cotidiano escolar, a fim de conduzir ao sucesso dos processos pedagógicos
relacionados ao conteúdo curricular, e à integração dos saberes.
Resultados
esperados
1.
Ampliação do leque de instrumentais e de técnicas
para o ensino dos conteúdos curriculares, sob a perspectiva da formação da
pessoa reflexiva.
2.
Atualização dos profissionais de educação em relação
a pesquisas e discussões relacionadas com os fundamentos da educação e a teoria
pedagógica.
3.
Maior envolvimento dos alunos da educação básica com
os conteúdos curriculares, e possibilidade de sua apropriação para uma conduta
autônoma e inteligente nos seus ambientes sociais.
4.
Produção de relatório avaliando a experiência do
curso, com vistas a dar visibilidade e a aperfeiçoar a proposta.
Bibliografia
DENNETT, Daniel. “The interpretation of texts, people and other
artifacts”. Philosophy and
phenomenological research. International phenomenological society. Vol. 50,
Supplement, Fall. 1990. Pp. 177-194.
MATOS, José Claudio. “Educação
Como Adaptação: A experiência segundo John Dewey”. In: Filosofia e Educação. Paideia. Vol. 3, n. 2. 2010, p. 481-501.
_____________________. Interpretação Filosófica de Textos – Manual
Didático. Florianópolis: UDESC. 2011.
_____________________. “A interpretação de
textos na formação da pessoa reflexiva”. (Comunicação Oral. Congresso
Latinoamericano de Filosofia da Educação. Campinas. 2011.